Que fique bem claro: não tive nenhuma culpa nesse processo. Fiz o melhor que pude, agradei por onde passei e sempre fui muito eficiente como automóvel. Poderiam ter-me usado como veículo policial há muito tempo -- eu seria imbatível, com o motor 4,1-litros, ideal para esse tipo de trabalho --, mas preferiram forçar a venda do Blazer para a Polícia Militar, que não chega aos meus pés em agilidade e estabilidade.

O último ano-modelo, 1998: rodas esportivas, pouco adequadas a seu perfil, e críticas por não trazer bolsas infláveis e barras de proteção, que modelos inferiores já ofereciam. Mas ainda um grande automóvel
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Poderiam ter continuado a me fabricar como o veículo ideal para os taxistas, que hoje não têm mais como adquirir um carro grande. Certamente nenhum deles partiu para Audi A6, BMW Série 5 ou Mercedes Classe E. E nem para o primo Holden Commodore/Omega CD, que vem em versão de seis cilindros e com transmissão automática somente.

Eu poderia ter prosseguido minha carreira na Omega Stock Car (saiba mais) por muitos anos, categoria que teve de trocar de modelo -- não ficava bem para a imagem de meus pais adotivos eu permanecer na principal categoria do Brasil sem que estivesse sendo produzido.

Apesar de suas virtudes, o modelo importado da Austrália não substituiu o nacional, deixando uma lacuna que talvez nunca mais seja preenchida por um carro brasileiro

Para complicar, perto de meu fim foi decretado que as frotas oficiais passariam a ser apenas de carros a álcool. A frota do governo poderia facilmente ser composta de Omegas seis-cilindros a álcool, o que nos daria exclusividade absoluta, pois não existe outro modelo grande a álcool, nacional ou importado. Meu motor 4,1-litros já existiu nessa versão e não seria difícil nem demorado desenvolvê-lo para esse combustível observando os limites de emissões Proconve 3.

Deixei vocês, deixei o mercado brasileiro. Com a amargo gosto de derrota. Mas uma coisa é certa: daqui a muitos anos serei lembrado como o melhor carro produzido pela indústria brasileira no século 20."

Ficha técnica
_ GLS 2,2 (1995) CD 3,0 (1993) CD 4,1 (1995)
MOTOR
Posição e cilindros longitudinal, 4 em linha longitudinal, 6 em linha
Comando e válv. por cilindro no cabeçote, 2 no bloco, 2
Diâmetro e curso 86 x 94,6 mm 95 x 69,8 mm 98,4 x 89,7 mm
Cilindrada 2.198 cm3 2.969 cm3 4.093 cm3
Taxa de compressão 9,2:1 9,2:1 8,5:1
Potência máxima 116 cv a
5.200 rpm
165 cv a
5.800 rpm
168 cv a
4.500 rpm
Torque máximo 20,1 m.kgf a
2.800 rpm
23,4 m.kgf a
4.200 rpm
29,1 m.kgf a
3.500 rpm
Alimentação Injeção multiponto
CÂMBIO
Marchas e tração 5 ou automático de 4 (CD), traseira
FREIOS
Dianteiros e traseiros a disco ventilado / a disco / antitravamento
SUSPENSÃO
Dianteira independente McPherson, estabilizador
Traseira independente, braço arrastado, estabilizador
RODAS
Pneus 195/65 R 15 205/60 R 15
DIMENSÕES
Comprimento / entreeixos 4,738 m / 2,73 m
Peso 1.350 kg 1.452 kg 1.505 kg
DESEMPENHO
Velocidade máxima 191 km/h 210 km/h 215 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h 11,5 s 9,5 s 9,5 s
Dados de desempenho aproximados

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